“A Caravana Bahia Sem Fogo se destaca com várias frentes de atuação, uma verdadeira força-tarefa envolvendo órgãos públicos das áreas de meio ambiente, educação, saúde, segurança pública (bombeiros militares), defesa civil e, principalmente, o engajamento da população e das prefeituras”, completou a diretora.
Anfitrião do encontro, o presidente do Consórcio e prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso, agradeceu a presença dos gestores e técnicos do Estado e de cada município. “Parabenizo o Governo do Estado por essa iniciativa, ao tempo que agradeço pelo reconhecimento na escolha do nosso município para o ponto de partida desta Caravana”.
O gestor ressaltou ainda a atuação constante da Sema e explicou que os incêndios afetam diretamente o meio ambiente e também a economia de toda a região. “Já somos parceiros da Sema no Programa Gestão Ambiental Compartilhada (GAC) e agora nesse trabalho contínuo de prevenção e educação ambiental. As cidades associadas ao Chapada Forte tem na cadeia do turismo ecológico uma importante fonte de renda e geração de empregos, seja na atividade dos guias, nos restaurantes, pousadas, artesanato, entre outros atrativos. Por isso, a importância desta Caravana, antecipando o plano de prevenção para que os municípios estejam preparados a chegada do período mais crítico”.
O projeto vai levar aos 11 municípios mais afetados pelos incêndios um conjunto de atividades com as temáticas de educação ambiental, práticas de manejo do solo sem o uso do fogo e realizar a entrega qualificada de materiais socioeducativos (vídeo, álbum seriado e folders), além de equipamentos de Proteção Individual e Coletivos para fortalecer a atuação das brigadas.
Um dos mais antigos brigadistas da Chapada, Janildes Xavier (Janú), de 67 anos, membro da brigada Jardel Novaes de Ibicoara, não escondeu a emoção ao lembrar das dificuldades enfrentadas no passado. “Hoje a coisa é bem diferente daquele tempo, a gente apagava fogo com ramo, nos últimos anos recebemos vários equipamentos fornecidos pelo Bahia Sem Fogo, evoluímos muito. É emocionante estar aqui vivenciando este projeto de prevenção, vendo que os novos e antigos companheiros das brigadas vão ter a oportunidade de aprender e também ajudar com nosso conhecimento”.
Já o guia turístico e membro da Brigada Voluntária Marchas e Combates de Mucugê, Guido Paraguassu, falou das expectativas com as novas atividades propostas pelo Bahia Sem Fogo. “Vi que é uma abordagem focada mais na prevenção, estamos à disposição para atuarmos juntos, levando a experiência de 15 anos da brigada, mostrando o trabalho que realizamos de orientações a turistas e moradores sobre os cuidados de não poluir e nem acender fogo nas trilhas, assim como o mapeamento de nossas nascentes para que a vegetação ao seu redor seja protegida”, explicou.
Serão realizadas capacitações, rodas de conversas e sensibilização nas escolas, sindicatos rurais, nas sedes das brigadas voluntárias, associações de guias e agricultores, e demais entidades envolvidas. Além de Andaraí, são contemplados os municípios de Ibicoara, Palmeiras, Iraquara, Abaíra, Piatã, Rio de Contas, Lençóis, Mucugê, Barra da Estiva e Livramento de Nossa Senhora.
Equipe
A Caravana é coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) em parceria com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), as secretarias de Educação (SEC), Segurança Pública (SSP) e Saúde (Sesab), o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), a Casa Civil e a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec).
A coordenadora de Fiscalização Preventiva de Campo do Inema Fabíola Cotrim, esclareceu que o Plano de Ações Preventivas 2024 foi elaborado com a contribuição de uma equipe multidisciplinar. “O plano foi consolidado nas diversas reuniões do Grupo de Trabalho do Programa Bahia SemFogo, cada órgão trouxe suas experiências e dados levantados nos anos anteriores. Tudo isso alinhado ao que colhemos de expectativas e vivências junto aos atores sociais locais, que são os brigadistas, os técnicos dos municípios, educadores e demais representantes da sociedade”.
Para Juliana Evangelista, coordenadora de Ações e Respostas da Sudec, o diferencial das atividades é a participação coletiva. “Temos gestores municipais, secretarias estaduais e brigadas voluntários. A Sudec como órgão, que não é executor das funções, mas como articulador entre esses entes públicos, se sente honrado em poder participar sabendo que é um trabalho feito a muitas mãos”.
Foto: Ascom/Sema